8M: Precisamos falar de mulheres todos os dias e os números comprovam isso

Embora o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, seja uma importante oportunidade para reconhecer e celebrar as conquistas das mulheres ao longo da história, é preciso relembrar que a luta pela igualdade de gênero e pelos direitos das mulheres deve acontecer todos os dias.

Infelizmente, os números mostram que ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a igualdade de gênero. Por exemplo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres ainda ganham, em média, 20% menos do que os homens em todo o mundo, além de enfrentarem outras formas de discriminação, como o assédio sexual e a violência de gênero.

Além disso, as mulheres são sub-representadas em muitas áreas, incluindo a política e a liderança empresarial. De acordo com a União Inter-Parlamentar, apenas 25,5% dos assentos parlamentares em todo o mundo são ocupados por mulheres (no Brasil, esse número é de 17,7% na Câmara Federal e 16% no Senado), enquanto o Fórum Econômico Mundial relata que apenas 8,9% dos cargos executivos das empresas da Fortune 500 são ocupados por mulheres.

No que toca à violência e vitimização de mulheres, os números também são alarmantes. O último relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançada semana passada, aponta que todas as formas de violência contra a mulher aumentaram em 2022:

  • 18,6 milhões foram vítimas de alguma violência ou agressão
  • Quase 6 milhões sofreram ofensas sexuais ou tentativas forçadas de manter relações sexuais
  • Em 2022, uma em cada 3 mulheres com 16 anos ou mais (33,4%) afirma ter sofrido violência física e/ou sexual por parte de parceiro íntimo ou ex.
  • 5 em cada 10 brasileiros (52%) relataram ter visto uma mulher sofrer algum tipo de violência no no período.
  • 62,5% da população brasileira acredita que a violência contra as mulheres aumentou no último ano
  • 50.962 mulheres sofreram violência diariamente em 2022. O equivalente a um estádio lotado.
  • A residência segue como o espaço de maior risco para as mulheres. 53,8% das vítimas relataram que a violência mais grave vivenciada no último ano ocorreu dentro de casa.
  • Das mulheres que sofreram agressão, 65,6% são negras30,3% tem entre 16 e 24 anos, e mais de 50% moram em cidades do interior

Esses e tantos outros dados mostram o tamanho do desafio que é ser mulher, especialmente em um Brasil tão desigual quanto complexo, e que ainda há muito a ser feito para diminuir as desigualdades de gênero. Precisamos, todos os dias, falar sobre as questões enfrentadas por mulheres, em todas as suas pluralidades, para continuar a lutar por mudanças significativas e duradouras. Esse é o nosso compromisso na Rede Múltiplas.

Vamos juntas?

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